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Chamado para o Rock

Fazer cinema é uma coisa que a gente não escolhe. A vida escolhe pra gente. Não é exatamente onde você nasce, ou se cresce dentro de uma família do meio cinematográfico, como acontece com as trupes circenses. Simplesmente acontece.

Quer ver? Vou contar uma história que ilustra bem o que estou dizendo… Já tinha feito dois filmes e muitos trabalhos para a TV, quando chego no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e vejo estampado na vitrine da livraria a biografia do Renato Russo, escrita pelo jornalista Carlos Marcelo. Na mesma hora senti um entusiasmo diferente. Comprei o livro e em menos de 48h já o havia lido de cabo a rabo. Os dias se passaram e o Renato Russo ficava cantando suas histórias em minha cabeça.

Sem uma razão evidente, decidi ligar para o Vladimir Carvalho, amigo documentarista por quem nutro profunda admiração. Queria lhe contar que o livro havia sido publicado e que trazia muitas histórias maravilhosas sobre o Rock e sobre a formação de Brasília. Nesta ligação fiquei sabendo que o Vladimir já conhecia o livro do Carlos Marcelo e que desde 1987 vinha gravando imagens da cena o Rock Brasiliense para realizar um filme. Tinha gravado inclusive o fatídico show da Legião no Mané Garrincha, no qual o Renato Russo havia sido agredido em cima do palco e que havia terminado em confusão. Não acreditei, era bom demais pra ser verdade. O grande Vladimir Carvalho faria um filme sobre um dos momentos mais marcantes da cena artística da Capital Federal.

Carmem Manfredini, Vladimir Carvalho, Philippe Seabra e eu, posando para foto na estreia do filme ROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO, no 44o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Não planejei realizar o Rock

Vejam, foi só naquela ligação casual, não planejada, guiada por uma inexplicável inspiração, que fiquei sabendo do filme que o Vladimir nutria. Mas naquela altura, o filme era apenas um projeto que, como muitos outros, não tinha recursos para sua realização. Fiquei tão impactado que resolvi dar minha contribuição para que o filme fosse realizado. Logo me lembrei que duas semanas antes, havia sabido que um projeto da Ana Cristina Costa e Silva, uma amiga produtora muito ativa na cidade, havia sido cancelado com parte dos recursos captados. Pensei então que aqueles recursos poderiam ser direcionados para o filme do Vladimir e promovi o encontro dos dois para que eles se entendessem e realizassem o filme entre eles. Mas apesar do entusiasmo e interesse mútuo, as regras estabelecidas pela burocracia da ANCINE não autorizaram a transferência dos recursos de um projeto para o outro e a parceira não se consolidou.

Foi então que, algumas semanas depois, recebi o honroso convite do Vladimir para juntos transformarmos seu projeto no filme ROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO. Aceitei e o Rock acabou me dando muitas alegrias, me ensinando muito sobre cinema e abrindo muitas portas para minha carreira. Sou muito grato ao Vladimir Carvalho pelo convite e pela paciência.

Não escolhi fazer o ROCK BRASÍLIA, mas, felizmente, a vida escolheu por mim.

Comprei o livro e em menos de 48h já o havia lido de cabo a rabo. Os dias se passaram e o Renato Russo ficava cantando suas histórias em minha cabeça.

Diretor de cinema, produtor e roteirista, Ligocki é um apaixonado pela linguagem audiovisual e acredita que através da produção de bons filmes, integramos as pessoas, produzimos felicidade e mudamos o mundo para melhor. 

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